Artigos
Benefícios da actividade física
A actividade física é um meio de prevenção de doenças e uma das melhores formas de promover a saúde de uma população.
A atividade física e os desportos saudáveis são essenciais para a nossa saúde e bem-estar. Constituem um dos pilares para um estilo de vida saudável, a par de alimentação saudável, vida sem tabaco e evitar outras substâncias perigosas para a saúde.
A prática regular de atividade física e o desporto beneficiam, física, social e mentalmente, toda a população, homens ou mulheres de todas as idades, incluindo pessoas com incapacidades.
A atividade física é:
- para o indivíduo: um forte meio de prevenção de doenças;
- para os governos: um dos métodos com melhor custo-efectividade na promoção da saúde de uma população.
Qual a relação entre o sedentarismo e o aumento de algumas doenças?
O mundo tem assistido a um aumento significativo das doenças cardiovasculares, cancro, diabetes e doenças respiratórias crónicas. Este aumento global, epidémico, está estritamente relacionado com alterações dos estilos de vida, nomeadamente o tabagismo, inactividade física (sedentarismo) e uma alimentação não saudável.
Estima-se que o sedentarismo seja causador de um milhão e 900 mil mortes a nível mundial. É também a causa de 10-16% do cancro da mama, cólon e recto, bem como de diabetes mellitus e de cerca de 22% da doença cardíaca isquémica.
O risco de se ter uma doença cardiovascular aumenta 1,5 vezes nos indivíduos que não seguem as recomendações mínimas para a atividade física.
Ao mesmo tempo que o número de indivíduos com excesso de peso e obesidade aumenta rapidamente, nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento, também aumentam o excesso de peso e a obesidade na população mais jovem.
A atividade física é, juntamente com uma alimentação saudável, a chave para o controlo do peso.
Como evolui o sedentarismo no mundo?
No mundo inteiro, mais de 60% dos adultos não efetuam os níveis suficientes de atividade física benéficos para a sua saúde. O sedentarismo é mais prevalente nas mulheres, idosos, indivíduos de grupos socio-económicos baixos e nos indivíduos com incapacidades.
Tem-se também assistido a um decréscimo da actividade física e dos programas de educação física nas escolas de todo o mundo.
O sedentarismo está a ocupar grande parte do tempo das pessoas e daí as consequências na saúde serem tão significativas.
Em que medida o meio físico e social condiciona a atividade física?
O meio físico e social das cidades tem um enorme impacto na implementação e no acesso de todos à atividade física.
Há que promover a atividade física ao encorajar o uso de transportes públicos, tornando-os acessíveis, atrativos e seguros.
Quais são os benefícios da atividade física?
A atividade física reduz o risco de doenças cardiovasculares, de alguns cancros e de diabetes tipo 2. Estes benefícios são mediados por muitos mecanismos: em geral, consegue-se através da melhoria do metabolismo da glicose, da redução das gorduras e da diminuição da tensão arterial.
A participação em atividades físicas pode melhorar o sistema musculo-esquelético, o controle do peso corporal e reduzir os sintomas de depressão.
Vantagens da atividade física regular
- Reduz o risco de morte prematura;
- Reduz o risco de morte por doenças cardíacas ou AVC, que são responsáveis por 1/3 de todas as causas de morte;
- Reduz o risco de vir a desenvolver doenças cardíacas, cancro do cólon e diabetes tipo 2;
- Ajuda a prevenir/reduzir a hipertensão, que afecta 1/5 da população adulta mundial;
- Ajuda a controlar o peso e diminui o risco de se tornar obeso;
- Ajuda a prevenir/reduzir a osteoporose, reduzindo o risco de fractura do colo do fémur nas mulheres;
- Reduz o risco de desenvolver dores lombares, pode ajudar o tratamento de situações dolorosas, nomedamente dores lombares e dores nos joelhos;
- Ajuda o crescimento e manutenção de ossos, músculos e articulações saudáveis;
- Promove o bem-estar psicológico, reduz o stress, ansiedade e depressão;
- Ajuda a prevenir e controlar comportamentos de risco (tabagismo, alcoolismo, toxicofilias, alimentação não saudável e violência), especialmente em crianças e adolescentes.
Qual a quantidade de exercício físico que é necessária para melhorar e manter a saúde?
Os benefícios para a saúde geralmente são obtidos através de, pelo menos, 30 minutos de atividade física cumulativa moderada, todos os dias. Este nível de atividade pode ser atingido diariamente através de atividades físicas agradáveis e de movimentos do corpo no dia-a-dia, tais como caminhar para o local de trabalho, subir escadas, jardinagem, dançar e muitos outros desportos recreativos.
Benefícios adicionais podem ser obtidos através de atividade física diária moderada de longa duração:
- Crianças e adolescentes necessitam de 20 minutos adicionais de atividade física vigorosa, três vezes por semana;
- O controle do peso requer pelo menos 60 minutos diários de atividade física vigorosa/moderada.
Quais são os benefícios económicos da atividade física?
- Reduz os custos dos sistemas de saúde;
- Aumenta a produtividade;
- Melhora o ambiente físico e social.
O BOM PROFESSOR
Que características definem um bom professor? Essa pergunta me foi feita por um jornalista, em um debate de televisão. Respondi-lhe que muitas instituições educacionais, do ensino fundamental à universidade, fazem consultas aos alunos para avaliarem os professores. Normalmente, são feitas algumas perguntas para que o aluno responda e, com os resultados, tiram-se conclusões sobre a “qualidade” do ensino e dos
professores.
Algumas avaliações são prejudicadas por formularem perguntas em quantidade excessiva e de pouca valia. Creio que seja possível uma boa avaliação com base em apenas três perguntas que abracem três aspectos:
1) Domínio de conteúdo. O professor domina os conteúdos da matéria, ou disciplina, que leciona? Ele demonstra ter conhecimento? Sabe o que está falando? A questão, nesse quesito, é saber apenas uma coisa: o nível de conhecimento sobre o que o professor ensina. Alguém pode alegar que o aluno não tem capacidade para avaliar o nível de conhecimento do professor nem o domínio dos conteúdos da matéria que ensina. Mas a questão não é essa. O que se quer é que o aluno emita sua opinião a partir da sua percepção. Um professor que titubeia, que gagueja ou que foge das
perguntas passa, aos alunos, a imagem de quem não domina profundamente o que ensina.
2) Comunicação. A pergunta aqui é: o professor expõe com clareza e didática?
Não é necessário falar sobre o óbvio: um bom professor será tão mais competente quanto melhor souber se comunicar falando e escrevendo. No mundo de hoje, as habilidades de comunicação verbal e escrita são requisitos para o êxito de, praticamente, todas as profissões. Para o professor, é uma habilidade essencial e indispensável.
3) Relacionamento. As perguntas-chave, nesse quesito, são: O professor tem bom relacionamento com os alunos? Ele é justo? É responsável? Cumpre a palavra empenhada? Ouve os alunos? É respeitoso? Aqui entra a indispensável inteligência emocional, que pode ser resumida com a habilidade no relacionamento com pessoas. Não é um grande professor aquele que domina os conteúdos e sabe explicar, mas que, entretanto, é um gênio difícil e se relaciona mal com os alunos, com os colegas, com os dirigentes e com quem mais for necessário.
Para se avaliar um professor não é necessário fazer mais que três perguntas. Tudo o mais é acréscimo de pouca utilidade. É má estratégia fazer, aos alunos, muitas perguntas, algumas confusas, algumas parecidas umas com as outras, outras desnecessárias e outras mais que não avaliam nada. Essa postura apenas confunde, cansa e leva o aluno a responder sem muito empenho.
Três perguntas simples, diretas, claras e objetivas sobre conhecimento, comunicação e relacionamento resolvem todo o problema de uma boa avaliação.
Ocorre que parece ter sido a academia contaminada pela idéia de que tudo que é simples, curto e claro não é bom, como se houvesse ciência apenas nas formas complexas, longas e confusas, quando, na verdade, é o inverso. Confúcio dizia que “a simplicidade é o último degrau da sabedoria”. Mas, ser simples e claro não é fácil. O fácil é ser prolixo e confuso.
Há quem se oponha à prática de dar ao aluno a oportunidade de avaliar oprofessor, por acreditar que isso é dar-lhe armas para “vingar-se” da natural autoridade docente e das eventuais más notas atribuídas às provas. Esse elemento perturbador pode ser facilmente resolvido: basta efetuar uma tabulação das respostas, excluindo os alunos tidos e havidos como fracos e indisciplinados. Dessa forma, o professor nada teria a temer daqueles a quem ele pune por fraco desempenho ou por mau comportamento.
Para um ensino eficaz na aula de educação física
Formas de optimizar as actividades lectivas
A forma de optimizar as actividades lectivas está intimamente ligada com a planificação das mesmas, porque planificando estamos a fazer uma antecipação mental das acções a realizar.
Assim, no acto de planificar, depois de definidos os objectivos a atingir temos que ter em conta:
A forma "Estratégias" de desenvolvimento das actividades, ou seja, responder à pergunta "Como?".
Factores limitativos ao desenvolvimento da actividade, ex. material, alunos, espaço, etc..
Definição de critérios de eficácia "Avaliação" que funcionam como guias na actividade quer no controlo das aprendizagens realizadas quer no processo de auto – avaliação do nosso ensino.
Características do êxito pedagógico
"A investigação sobre a eficácia pedagógica permitiu verificar que os professores mais eficazes possuem um repertório muito variado de habilidades de ensino, e apresentam uma grande 'plasticidade' na relação educativa" (Brophy & Good, 1986; Carreiro da Costa, 1988; Piéron, 1988)9 . O sucesso pedagógico em Educação Física exige do professor a capacidade de articular habilidades de diagnóstico, de instrução, de gestão, e de remediação, adaptando o comportamento à especificidade da situação educativa e às necessidades formativas dos alunos visando criar-lhes as melhores condições de aprendizagem (Brophy & Everston, 1976; Carreiro da Costa, 1988)10 .
Podemos ainda referir que o êxito pedagógico passa por:
- O primeiro objectivo/função em Educação Física é a promoção da aprendizagem bem como ensinar os alunos a como aprender (Carreiro da Costa, 1996).
- Uma elevada percentagem de tempo consagrado à matéria de ensino.
- Uma elevada taxa de comportamentos directamente relacionados com as tarefas a aprender.
- Uma boa adaptação do conteúdo de ensino às capacidades dos alunos; trata-se do que poderíamos denominar uma pedagogia do sucesso.
- O desenvolvimento de um clima positivo na aula.
Com base destas premissas PIÉRON definiu quatro elementos que segundo ele desempenham um papel essencial na consecução da maioria dos objectivos de ensino na aulas de Educação física:
- O tempo de empenhamento motor;
- O clima positivo que deverá existir na aula;
- Uma informação frequente e de qualidade sobre o nível das prestações do aluno;
- A organização do trabalho na aula.
A indisciplina nas classes de Educação Física
O problema da indisciplina é referenciado por Piéron (1988) quando nos diz:
"Obter níveis óptimos de disciplina não resulta de capacidades pedagógicas excepcionais ou de alunos particularmente dóceis; não se trata sequer de utilizar truques ou receitas infalíveis."
No entanto os estudos sobre a indisciplina são particularmente complexos, porque todo ou qualquer caso resulta de um episódio particular, provavelmente com um longo percurso.
No que diz respeito à indisciplina na aula os professores reagem a ela segundo modelos de comportamentos mais ou menos estereotipados:
- Ausência de reacção,
- Simples relembrar,
- Ordem,
- Reprimenda,
- Ameaça,
- Olhar severo,
- Encorajamento,
- Afastamento.
Os tipos de incidentes verificados podem tomar diversas formas: manifestações verbais, manifestações físicas, e são dirigidas, por ordem de ocorrência, contra:
- Situações de aprendizagem,
- colegas,
- professores e material.
Todos estas situações,
- na sua maioria, não são percebidos pelo professor,
- são muito mais frequentes nos rapazes do que nas raparigas.
Por ordem de importância encontramos os seguintes comportamentos:
- conversas intempestivas,
- parar a acção sem perturbação,
- não respeito pelo material escolar,
- deixar a sala,
- fazer barulho com bolas
- modificação da actividade.
Apresentaremos, agora, alguns comportamentos de indisciplina dirigidos ao professor:
1. Recusa de obediência ao professor;
2. Grosseria para com o docente;
Relativamente a perturbações envolvendo outros participantes temos:
1. Grosseria para com o colega;
2. Golpe ou pancada num colega;
3. Conduta perigosa.
Pensando nas soluções ou técnicas mais frequentes de reacção dos professores ao comportamento desviante do aluno, encontramos as seguintes:
- Olhar expressivo de aprovação ou desaprovação.
- Instruções não directivas.
- Perguntas.
- Ordens directas.
- Exemplo ou modelação.
- Reforço positivo ou negativo.
- Isolamento ou castigo físico.
As técnicas recomendadas para a resolução destes problemas são:
1. O reforço positivo
Os reforços pela utilização de estímulos desagradáveis podem provocar diversos efeitos secundários: comportamentos de fuga e de compensação, consolidação de outros comportamentos não desejados pela acção de reforço.
2. Extinção
Corresponde ao não - reforçado comportamento que queremos suprimir. Ignorar o comportamento é um meio de não o recompensar, aconselhável para comportamentos que queriam chamar a atenção do professor.
3. Punição
Comportamento dirigido ao aluno, em consequências da quebra de determinadas regras, com o intuito de provocar dor ou um sentimento desagradável, infligido por alguém com autoridade e no sentido de permitir a extinção desse comportamento. Devem ser adoptadas para irradiar condutas inapropriadas que não perigosas para o sujeito ou para os outros.
4. Modelação
Sendo a imitação um processo natural de aprendizagem, a educação pelo exemplo foi desde sempre utilizada.
A modelação consiste no emprego sistemático dos princípios de imitação para a aquisição de condutas apropriadas.
5. Dessensibilização
Utiliza-se através do princípio do contra condicionamento como técnica bastante vulgar.
O aluno é colocado em situação de realce perante a turma de forma a obter da parte do sujeito actividades incompatíveis com respostas de indisciplina.
Os comportamentos inadequados podem ser de dois tipos:
- Comportamento fora da tarefa
- Comportamento de desvio.
Vejamos alguns comportamentos inadequados:
- Não estar a olhar para o professor, ou fazer barulho e acções desnecessárias quando o professor está a apresentar a informação ou a demonstrar um exercício.
- Não avançar para a estação adequada quando indicado.
- Usar equipamento inadequado.
- Maltratar o equipamento escolar ou deslocá-lo da estação.
- Interromper a prática ou a atenção de um colega.
Três normas para a manutenção de comportamentos apropriados:
1ª. Clarificação das regras.
2ª. Motivar o comportamento apropriado com interacções positivas.
3ª. Ignorar os comportamentos inadequados ou inapropriados de menor importância.
Conclusão
Concluindo, muitos dos actuais professores quando foram alunos tiveram professores e livros cheios de verdades absolutas.
Mais tarde quando chegaram à situação de professores passam a ter que se satisfazer com a verdade relativa, e com a insatisfação permanente, em busca de algo que possa optimizar o ensino: as bases cientificas.
Em virtude de esta ainda estar a dar os primeiros passos, da confusão presente é necessário operar-se uma clarificação gradual de forma a haver o mínimo de referenciais válidos com bases cientificas.
Atendendo a que algo também já foi feito no que se refere à investigação da ciência do ensino, digamos que são dignos de realce:
* a incidência nas características do "bom professor"
* a incidência nas características do "melhor método pedagógico"
* a incidência da realidade na sala de aula.
Deste trabalho há a salientar:
É necessário que o professor saiba o que fazer, e como, isso para que no ensino possa haver três requisitos fundamentais: qualidade, controlo e avaliação.
Assim, a reflexão profunda sobre as verdadeiras funções do professor actual cria uma insatisfação permanente na procura incansável de algo, e esse estado é benéfico não só em pesquisa como também em actualização.
Foi, assim, com a certeza da valorização como profissionais da educação e, com o objectivo de assentar a prática em conhecimentos didácticos autênticos (realizando o professor uma análise constante do seu processo de ensino, de forma a detectar lacunas ou falhas na sua actuação que depois de remediadas contribuirão para o melhoramento quer do processo quer do produto final resultante do mesmo acto de ensino) que encaramos a realização deste artigo.